domingo, 29 de junho de 2008

Mulher coragem

"Promessas e mais promessas.
Muitas.
Depois o silêncio. Mas...mas...
"Mas o quê? Estou aqui, não estou?"

Não.
Nunca estiveste.
Desde o início. A tua insegurança necessitava sempre da aprovação do ventre estéril de mulher velha e seca, nunca parida nem amada.
E tu deixavas-te enganar.
Ela prometeu-te a lua.
Tu acreditaste.
Ela vendeu a lua e prometeu-te um asteróide.
Tu acreditaste.
Ela desfez o asteróide e prometeu-te o pó.
Tu acreditaste.

E nós, que nunca fomos nós?
E nós, que nunca existimos?
E nós, que não tínhamos os nossos sonhos e planos. Só os dela. Cada vez mais velha, seca e amarga.
Cada vez mais "matriarca".

Cansei-me desta relíquia bolorenta e manipuladora.
Fartei-me da figurinha seca e insignificante que manobrava na sombra.
Porque tive de casar com ela também?

E também me cansei de não seres Homem.
Achei rídicula toda a tua pose, gabarolices, vaidades, tráfico de influências que nunca tiveste...e entravas em casa sempre de bochechas descaídas, vencido da vida, mais uma vez desempregado a exigir-me sacrifícios.

E eu cumpria.
Mas por dentro, tinha vergonha de ti.
Vergonha de tanta vaidade sem razão.
Vergonha de não assentares.
Vergonha de não cresceres, de pensares que bastava o nome de um antepassado para te abrir a vida.
Vergonha da nossa vida fingida.

E cansei-me de não seres Homem.
Cansei-me de ti e do teu silêncio.
Cansei-me de nunca me dizeres que era importante na tua vida.
Cansei-me de nunca me dizeres que tinha feito algo bem.
Cansei-me de ser tratada como se fosse a pessoa mais estúpida do mundo.
Cansei-me de ser usada por ti.
Cansei-me de procurar Amor onde só havia um ser oco e cuja vaidade eu alimentava.

Fartei-me da tua necessidade de aprovação da eterna maquiavélica relíquia.
Fartei-me de não ter futuro.

Desesperei de ouvir "não te chega?"...quando até tinha de pagar as prendas que me davas...a gozar, carrinhos de brinquedo. Ou da pulseira que me entregaste num embrulho desfeito por outro alguém...Não sabes, mas nunca a usei, não era para mim. Tu não sabes que eu sei.

E o teu ar engravatado de importante, fresco pela manhã...depois de noites vazias...nada...nada...nada!

Cansei-me de estar casada sem o estar.
Sem companheiro que se esforçasse por mim.
Sem um ombro amigo.
Cansei-me de te ver derramado no sofá em frente da TV.
Cansei-me dos teus pés que não paravas de esfregar!
Cansei-me de seres gordo ...e vaidoso.
Cansei-me do teu ar de superioridade, como se detivesses a verdade universal...e depois lá ias, de orelha murcha, pedir mais uma benção à titi-relíquia.

E tinha vergonha de ti por seres diferente e indiferente.
Cansei-me das noites sem nada.
Cansei-me da lingerie, dos perfumes e das velas...para nada!
Cansei-me da comida picante, exótica e erótica...para nada!
Cansei-me de passar as noites sozinha na tua digestão do jantar...
Cansei-me de não ter manhãs de domingo.
Cansei-me da minha solidão presa num casamento que nunca o foi.

Acabou por fim!
Ironia: tenho de agradecer esta libertação à relíquia, que sempre quis desfazer este nó e por fim conseguiu.

Tu, figura oca de vaidade, vira a página e segue a tua vida.
Eu estou farta de ser virgem!"

http://avelhamenina.blogs.sapo.pt/

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Na mais profunda tristeza

Num dos dias passados disse-te que já não conseguia chorar, sentio-o pela primeira vez, e as tuas lágrimas caíram-me ao lado, desejei que fossem minhas, de alegria, porque tudo o que eu queria estava diante de nós.

Hoje fiz força, precisava. Para esquecer este sabor amargo que trago na boca. Precisava de me sentir pequenina, de voltar aos meus 12 anos quando em silêncio me refugiava debaixo da cama e fingia que nada ouvia e nem via. Quando me sentia só e incompreendida, quando me abandonavas, quando sentia que tudo me competia, quando cresci.

Hoje entendo uma pessoa muito especial quando me disse que estava a secar. Desculpa, só agora te entendo. Quando é assim, deixamos de nos ver, só procuramos que alguém nos regue. Nas minhas infinitas procuras, são mais os desertos que os jardins já não os consigo ver.

Não digas que já não me consegues ajudar, por favor, tinha essa esperança. Ou então deixa-me pensar que consegues, assim já vale a pena.

Sei que não vemos as coisas com os mesmos olhos, que não estamos unidas (só o senti uma vez) , queria muito afinal não é isso amar? Diz-me se devo partir ou ficar.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Terrível

Num mundo de relações complexas, que muitas vezes esvaziam a liberdade individual, uma empresa ganha destaque ao especializar-se em forjar álibis para as nossas mentiras. Um site francês, lançado recentemente, oferece álibis a quem quer ter relações extraconjugais sem levantar suspeitas. Os serviços de "pequenas mentiras pagas"do site Alibila incluem telefonemas a informar sobre reuniões de trabalho de última hora, convites de eventos e seminários inextistentes e até falsas facturas facturas de restaurante para "comprovar" jantares de negócios.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Biquini pequenino às bolinhas amarelas

O fim das aulas já lá vão chegando,
E as férias grandes já vão começar.
Pra dar nas vistas quando eu for à praia
Uma surpresa estou a preparar

(neste verão eu vou causar sensação)Refrão

É um biquíni pequenino às bolinhas amarelas,
Que eu vi numa loja ao pé do liceu..
Biquíni pequenino às bolinhas amarelas,
Que eu vi numa loja e agora é meu.

(queres apostar o amarelo é que está a dar)
Quando eu passar bronzeada na praia,
Desfilando como um manequim
Sei que os rapazes vão ter simpatia
E as raparigas inveja de mim.

(neste verão eu vou causar sensação)

Refrão

É um biquíni pequenino às bolinhas amarelas,
Que eu vi numa loja ao pé do liceu..
Biquíni pequenino às bolinhas amarelas,
Que eu vi numa loja e agora é meu.

(queres apostar o amarelo é que está a dar)

No fim do verão acabadas as férias,
Não te admires se a praia ficar
Cheinha de bolinhas amarelas
Que o amarelo é que está a dar

(neste verão eu vou causar sensação)

Refrão

É um biquíni pequenino às bolinhas amarelas,
Que eu vi numa loja ao pé do liceu..
Biquíni pequenino às bolinhas amarelas,
Que eu vi numa loja e agora é meu.
A receita do sucesso...não são lenços nem fivelas,
É apenas um biquíni às bolinhas amarelas.

terça-feira, 8 de abril de 2008

quinta-feira, 27 de março de 2008

Continuando

"Ninguém jamais conseguirá viver sem Sonhos. E nunca conseguirá procurar a felicidade sem tentar alcançar os seus Sonhos. Esta será uma realidade para a qual toda a gente estará mais ou menos disperta, no entanto a nossa Vida não é linear.Pior que não ter Sonhos é desistir de os tentar cumprir ou alcançar... Desmotivar e parar... Viver na ilusão de que tudo está bem... Acomodação à "realidade"... Não pensar por si e aceiar o que os outros dizem, só "porque sim"...Na nossa vida tudo tenderá para a acomodação (equilíbrio), não seja o Homem um animal na Natureza, em que tudo tende para o equilíbrio mais fácil (mais rápido e mais estável possivel). Esquecemo-nos então que a mesma Natureza em que nos inserimos deu-nos a capacidade de pensar e de Sonhar...As Desilusões são constantes neste processo, sejam elas profissinais como a falta de reconhecimento de quem nos deveria defender; sejam elas pessoais como a traição daquele amigo ou os sentimentos de outro... Todas estas coisas nos magoam, e todas estas coisas nos tornam diferentes...Há quem diga que a Dor nos mantém vivos. Mas sendo isto verdade, a dor também nos pode matar, mesmo estando "vivos" e de olhos bem abertos...Senão pensem comigo: qual o objectivo da vida de alguém que não tem sonhos?" Nuno Monteiro

Ardem-me os olhos

Traz-me pétalas de algodão e estrelas.