quarta-feira, 25 de abril de 2007

25 de Abril

Na noite passada o meu sono esteve inquieto e o corpo não pedia descanso
Corri à cozinha para beber um copo de leite e liguei a tv
Tive a sorte de ao escolher o canal 2 e poder ver um programa que passava sobre a revolução

Fantástico!
Ouviam-se testemunhos de variados tipos e despertaram-se a atenção especialmente os seguintes:

  • o preso político que quase ofereceu a vida por um ideal e que hoje está desempregado
  • a retornada de Angola que chora ao lembrar a vida que deixou para trás e que nunca mais recuperou
  • a trabalhadora do campo nas searas do alentejo que hoje é empregada doméstica
  • o empresário que fugiu para o Brasil com a família e voltou 4 anos depois

Foi bonito ver o alívio e entusiasmo do povo gritando "O povo unido já mais será vencido".

Gostei também de recordar algumas músicas que hoje são emblemáticas e que ficarão para sempre na nossa memória, mesmo na daqueles que como eu aprenderam a ouvi-las perante a alegria dos nossos pais.

Foi comovente assistir à libertação dos presos que se mantiveram firmes lutando contra alucinações e torturas, ao regresso dos combatentes a 31/12/74 que fugindo do ruído do fogo de artifício pensando em bombardeamentos.

Mas decepcionou-me ao constatar que quem nos governa hoje não lutou por este regime nem parece seguidor daqueles que o fizeram. A liberdade é boa, para mim sempre o foi porque não tenho termo de comparação, mas o desemprego e as condições de vida da minha geração não parecem frutos de uma revolução libertadora de uma ditadura.

Somos filhos de pais que educaram licenciados (obrigada ao sr. 1ºministro por isso) e contraiem empréstimos com a maior das facililidades, mas serão estas as nossas oportunidades?

2 comentários:

D disse...

sinceramente pais e avos temem pelo nosso futuro.. eles batalharam muito para chegar onde estao hoje, mas vamos ter q batalhar com outras armas.. o futuro nao esta facil! liberdade igual a responsabilidade..

:) obrigada por todas as passagens!

Lídia disse...

Os tempos não estão fáceis... gosto de acreditar que faremos um esforço por sabermos sempre amar a liberdade.